Meu mês de maio no cinema...
Nada como ter tempo para a sétima arte...
Este tempo livre me proporcionou umas idas ao cinema e isso
foi absurdamente bom. Adoro sentar e me deixar levar por outras histórias, que por
vezes me coloca frente a frente com meus próprios medos, anseios, dúvidas,
sonhos... E me faz pensar, repensar e ajuda a definir ideias, fazer escolhas ou
simplesmente entender melhor o mundo e as pessoas. Outras vezes vou pura e
simplesmente para ver alguma ficção e esquecer por horas da realidade, rir e
deixar os problemas desse mundo para embarcar na fantasia, ou nos problemas
surreais de tantos outros.
A verdade é que o cinema é uma terapia fantástica, que eu
havia deixado de lado por causa da correria do trabalho e das tantas
responsabilidades que havia assumindo. Mas isso mudou, com essa revira volta
que minha vida deu nesse último mês estou dedicando muito tempo a mim, e revendo
quais são minhas prioridades, e o cinema voltou a ser uma das minhas
prioridades!
Nas minhas últimas seções terapêuticas têm um pouco de tudo,
ficção, ação, comédia, documentários, etc.
Tenho uma lista enorme de filmes que ainda quero ver, mas
estes eu já consegui riscar:
1º OS VINGADORES – Bom meu lado nerd basicamente me obrigou
a assistir, adoro a Marvel e isso de super heróis, e super vilões. Na minha
opinião, foi um dos melhores longas sobre os quadrinhos da Marvel, onde quem
acompanha(va) os HQs não ficou com raiva no final do filme, achando milhares de erros e com aquele
pensamento de poderia ter sido melhor. Vale a pena, tanto pela adaptação,
quanto pelos efeitos sonoros, visuais e, pra mim também pelos meus queridinhos
Robert Downey Jr. (que fica lindo todo irônico, sarcástico e mala nessa versão
do homem de ferro que pra mim supera a dos quadrinhos fácil, que é meio sem
sal.) e Scarlett Johansson (que nem precisa atuar direito pra estar ótima,
até porque o enfoque principal da sua personagem eram aqueles
closes no corpão da atriz, naquela roupa very sexy nas cenas de lutas. Ela é
ótima de todo jeito, o que posso falar... Adoro até quando ela faz a cara
clássica de sonsa!).
Ainda na onda vamos relaxar, tive o prazer de ao acaso, sem
ler a sinopse acabar na seção do longa baseado em uma série bem bacana dos anos
80, e para a minha surpresa a adaptação foi ótima e proporcionou muitas,
muitas, mas muuuuitas risadas.
2º ANJOS DA LEI – A série original tinha uma pegada policial,
já o longa é comédia do inicio ao fim. Mesmo variando entre o humor duvidoso e o
exageradamente sem graça/óbvio eu ri, como não ria já algum tempo nessas comédias
pastelões. Independente dos clichês, o longa trabalhou bem certos estereótipos,
e contou com a ótimas atuações, como do Ice Cube, que estava hilariante e não
tem como negar que adorei a participação do Johnny Deep, que basicamente surgiu
na série dos anos 80.
Geralmente me irrito com humor sem noção, mas adorei este, e
confesso, me surpreendi.
O terceiro da seção terapia foi um dos mais esperados porque
simplesmente adoro o Edgar Allan Poe, e confesso que contei os dias para a estreia.
3º O CORVO – Concordo com parte da crítica que o filme
deixou a desejar em muitos aspectos, mas adoro esse tipo de literatura, adoro
suspense, adoro o John Cusack, e por mais falhas que o filme tenha eu fiquei
vidrada do início ao fim.
É verdade que o diretor James McTeigue poderia ter
aproveitado melhor todas as possibilidades que a personalidade/facetas e o trabalho
de Poe proporcionam, mas ainda sim gostei. Achei os diálogos bem elaborados e
inteligentes, e as cenas estavam envolventes. Os críticos foram muitos severos
e acho que para o público geral que não é aficionado (e quer tudo nos padrões e
seguindo com destreza os contos originais e a vida de Poe) é um filme de
suspense que pode agradar e proporcionar um bom entretenimento.
O quarto e quinto filme da lista pra mim vão contra a visão
de entretenimento, foram como uma seção onde você se coloca de frente com seus
medos, suas dúvidas, e todas aquelas coisas que envolvem a vida, vivência,
contato humano... São aquelas horas que você passa em frente à tela, e é
bombardeado por informações, fatos, questionamentos e sai da sala pensando na
vida e nas coisas. E vamos convir que é sempre bom pensar, entender e saber que
depois desse processo você está diferente, e tem uma nova visão sobre
algo/alguma coisa.
4º UM MÉTODO PERIGOSO – Brilhante pelo simples fato de eu
ter saído da sala do cinema com a mente fervilhando. Ok, estou sendo um pouco
exagerada, mas é que o filme me atingiu em cheio de diferentes pontos de vista,
retomei questões há muito tempo trabalhadas nessa minha cabeça maluca. A verdade é que o longa teve outro significado
pra mim, pois consegui contextualizar no comportamento das personagens algumas teorias
nas quais andei trabalhando depois de algumas vivencias amorosas frustradas e
em conversas sobre o comportamento humano/relacionamentos que eu sempre tinha
com uma grande amiga.
Fora essa parte pessoal, que me fez gostar tanto do filme, sou
obrigada a ressaltar a ótima fotografia, o roteiro e as atuações (das quais
gostei muito, mas em certos momentos acho que faltou algo na Keira Knightley,
não sei explicar o que, mas a insanidade dela não me foi convincente em muitos
momentos, acho que faltou aquela angustia no olhar).
O enfoque do filme é o interessante debate de ideias de
Freud e Jung, mas para mim valeu por retomar meus pensamentos sobre as frações
que compõe os relacionamentos pessoais.
5º RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO – Resumindo: Um dos
melhores documentários nacionais que vejo há tempos!
Acho que o Walter de Carvalho contextualizou tudo tão bem,
as fotos, as músicas, os depoimentos, momentos históricos. Acho tão bom ver a
história dessa fase do Brasil contada através desta personalidade que de tão
genial conseguiu se tornar um ícone nacional, onde geração após geração, após
geração, todos sabem quem ele é, e não importa quanto tempo passe a essência de
suas músicas continuam a fazer sentido para quem busca significado nelas.
Acho que a genialidade de Raul foi muito bem relatada, suas
facetas, sua dualidade, suas falhas... Podemos ver o Raul astro, o Raul homem.
Ver tudo que seu lado inovador e contestador proporcionou, e ao mesmo tempo ver
que esse caminho o levou a escolhas que geraram grandes perdas pessoais e o
ajudaram nessa viagem maluca que fizeram dele essa figura caricata e inexplicável.
Ótimo documentário, para fãs e não fãs.
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